A gestão de Luiza Interlenghi é marcada pela ausência de documentos o que dificultou o processo de pesquisa para elaborar uma análise mais profunda de sua atuação na Escola. Apesar do pouquíssimo tempo em que ficou na direção (aproximadamente sete meses), Luiza elaborou um relatório e apontou alguns problemas crônicos da Escola, que ao longo do tempo haviam sido identificados em maior ou menor grau pelos gestores anteriores.
O relatório apresentado dividiu os problemas em três campos: Ensino, EAV e a Sociedade, e Estratégias de Manutenção e Sustentabilidade Financeira.
No primeiro tópico, foram questionados o número dos cursos, as relações entre eles, o papel da EAV na formação do artista contemporâneo e a necessidade de sua internacionalização com a construção de convênios com outras instituições.
Em EAV e a Sociedade, foi elencado algumas medidas visando à recuperação da imagem da Escola diante de sua comunidade, ou seja, a sua inscrição em um circuito nacional e internacional das artes visuais, tanto no ensino quanto nas exposições apresentadas. Já o terceiro tópico, Estratégias de Manutenção e Sustentabilidade Financeira, idealiza uma série de conjunturas que permitiu a manutenção da Escola de maneira mais sólida e constante, com a participação ativa da sociedade, maior captação de recursos, definição do papel da EAV na Secretaria de Cultura e uma política de bolsas sistemática.
Na gestão de Luiza Interlenghi, é iniciado o projeto Memória Lage, idealizado por ela, juntamente com Tânia Queiroz e Izabella Puccu. O projeto tinha como objetivo organizar a documentação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage que se encontrava dispersa na EAV e em péssima condição de acondicionamento.
Nesse momento, o projeto contou com um convênio entre a Escola de Artes Visuais e o Instituto de Artes da UERJ a partir de um vínculo de estágio, em que os alunos daquela universidade, através da disciplina de Laboratório de História, Teoria e Crítica de Arte, ministrado pelo professor Marcelo Campos (que era professor das duas instituições), realizam sob supervisão um primeiro levantamento e organizam parte dos documentos que tratavam especificamente da I Bienal de Esculturas ao Ar Livre – Bienal do Rio (projeto de 1988). Luiza Interlenghi sai e o projeto não foi concluído. Durante a gestão de Cláudia Saldanha o projeto tem continuidade, mas é apenas com a aprovação do patrocínio da Petrobras (Edital de 2012) que, em 2014, o projeto consegue ser sistematizado e organizado de maneira integral por uma equipe multidisciplinar de profissionais.
O curto período de gestão de Luiz Interlenghi é marcado também pela significativa ação da Secretaria do Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Pela primeira vez a secretaria assume alguns custos operacionais da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, como folha de pagamento das coordenações (administrativa, de ensino, e de projetos); serviços de vigilância, limpeza e manutenção da área verde; e despesas com contas de consumo.