Entre 2014 e 2016, a Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage foi dirigida por Lisette Lagnado, pesquisadora, crítica e curadora de arte. Nascida no Congo e radicada no Brasil desde 1975, Lisette possui doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo e atuou como curadora da 27ª Bienal de São Paulo em 2006.
No início de 2014, a convite de Marcio Botner, Presidente da Organização Social Oca Lage, então responsável de dois equipamentos de prestígio na cidade, a Casa França-Brasil e a EAV Parque Lage, Lisette foi convidada para atuar como sua vice-presidenta. Em agosto do mesmo ano, com a saída de Claudia Saldanha, então diretora da Escola, Lisette assumiu o cargo, ainda na gestão da Oca Lage, iniciando um novo programa de ensino e exposições.
Durante sua gestão na EAV Parque Lage, Lagnado implementou diversas iniciativas voltadas para a integração entre arte e educação. Ela buscou aproximar a instituição de outras entidades culturais, promovendo intercâmbios artísticos e workshops abertos ao público, aproveitando o destaque internacional que o Rio de Janeiro vinha adquirindo no circuito cultural.
Uma de suas contribuições marcantes foi a idealização do "Parquinho Lage", um núcleo pedagógico destinado a crianças e jovens. Esse projeto surgiu das primeiras inspirações durante sua gestão e visava investigar como uma escola de arte poderia aprender com as crianças, desenvolvendo uma reciprocidade justa entre alunos, famílias e professores.
Lisette também idealizou “Curador visitante”, um programa de atividades que foram desenvolvidas durante todo o ano por cinco curadores convidados, residentes no Rio de Janeiro, envolvendo alunos/as da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, que resultou em cinco exposições.
Além disso, Lagnado incentivou a realização de aulas experimentais que envolviam profissionais de diferentes áreas, uma ideia de interdisciplinaridade para inspirar os alunos e ampliar seus horizontes artísticos. Ela também planejou a publicação de um livro que traria ensaios reflexivos sobre os 40 anos do Parque Lage, reforçando o compromisso da instituição com a reflexão crítica e histórica.
Sua gestão foi marcada pela valorização da educação artística, pela promoção de colaborações interdisciplinares e pelo fortalecimento da EAV Parque Lage como um espaço de resistência cultural e inovação pedagógica.