Em maio de 1991 com a saída de Luiz Aquila da direção da Escola de Artes Visuais do Parque Lage inicia-se uma disputa pela sucessão entre o pintor Hilton Berredo e João Carlos Goldberg. Foi escolhido o segundo candidato por indicação dos professores e alunos da EAV, por meio de abaixo-assinado. João foi o segundo gestor (o primeiro foi Luiz Aquila) que não foi escolhido pelo secretário de Cultura, em geral responsável pela nomeação dos diretores da Escola.
João Carlos Goldberg havia exercido a função de professor por dez anos e por quatro anos, a coordenadoria do Núcleo de Escultura. Ele inicia a sua atuação com a legalização do processo de permanência da Escola no casarão por dez anos, vitória conseguida pelo ex-diretor Luiz Aquila, mas que entra em vigência em seu mandato. Com a licença de ocupação do palacete é idealizado um projeto de reforma, restauração e adequação de suas instalações e estrutura, sendo contratados os arquitetos Paulo Vidal e Sandra Neves. Essa nova licença também contemplava a manutenção da área externa, que antes era responsabilidade do Ibama. A nova direção convidou o paisagista Roberto Burle Marx para elaborar um projeto que pretendia retomar as características originais dos jardins propostas por John Tyndale, além da criação de uma escola de Jardinagem.
Uma das primeiras realizações de Goldberg foi reestruturar a Associação de Amigos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage – Ameav, empossando novamente Carlos Scliar como presidente da associação; essa iniciativa visava dinamizar a captação de recursos para manutenção e melhorias do funcionamento da Escola. Esse pensamento se adequava às novas leis de incentivo a cultura (Lei Rouanet e a Lei Sirkis) que estavam em efervescência depois do tempo de “seca” dos anos Collor. Em pesquisa nota-se uma importante documentação de projetos idealizados por meio dessas leis.
Goldberg assina vários convênios entre a Escola de Artes Visuais e outras instituições de ensino e cultura. Um dos mais significativos foi com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj, em 13 de dezembro de 1991, com o objetivo promover, fomentar e desenvolver ações culturais em conjunto.
A orientação de Goldberg na direção pretendeu fazer uma revisão histórica da trajetória da escola nestes 16 anos de existência. A nova gestão estruturou uma reforma pedagógica, a partir da realização de pesquisa de opinião entre alunos e professores, além de ter convocado uma comissão de profissionais da escola responsável para a criação do novo projeto.
João Carlos Goldberg foi exonerado do cargo em 26 de novembro de 1993, pelo então secretário Edmundo Moniz, que o acusava de uma série de negligências com a Secretaria de Cultura, ainda que a gestão tenha acumulado uma expressiva documentação comprobatória no acervo da Escola. O anúncio da demissão ocorreu quando o diretor encontrava-se em viagem ao exterior. Ignez Soares Pinto assumiu o cargo de forma interina, indicada diretamente por Maria Tereza Amaral, então diretora geral do Departamento das Escolas de Arte do Estado. João Carlos Goldberg permanece atuando como professor ininterruptamente até a presente data.