Descrição
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage promove uma conversa abordando a performatividade de gênero e das várias fisionomias do desejo no contexto atual. Em seguida, convida o artista e professor Gianguido Bonfanti a coordenar uma aula aberta de desenho com modelos vivos em volta da piscina. Tomando a observação como ponto de partida, a proposta é “desafiar o arquivo visual que temos, saturado de imagens do nosso corpo, que censura nosso olhar, tentando impor seus conceitos, seus princípios”.
Qual o sentido de praticar o desenho de modelo vivo para um jovem artista? Como manter vivo o estudo da figura humana, desse corpo onde habitamos? Assunto central em todos os períodos da história da arte, o estudo de observação do corpo humano guardou e sempre guardará enigmas a serem decifrados. Desenha-se o que se vê – um corpo biológico ou uma identidade subjetiva? Que contornos imaginar quando o corpo que está posando, cisgênero, trans, pan ou intersexual, contesta noções binárias de masculino/feminino?
“Estritamente falando, não se pode dizer que existam ‘mulheres'”. Essa sentença de Julia Kristeva, linguista e psicanalista búlgaro-francesa, parece reiterar a performatividade do gênero, tema central dos artistas Virginia de Medeiros e Luiz Roque, cujas obras articulam registros do documentário e da ficção científica.
Agradecimentos: Galeria Nara Roesler e Mendes Wood DM.