Descrição
A mostra toma como ponto de partida o próprio título do curso da artista Celeida Tostes na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a oficina de Artes do Fogo, que oferecia na EAV desde seus primeiros anos. Uma investigação vigorosa em torno do feminino, da forma circular, da repetição e, sobretudo, uma investigação vigorosa com o barro. Modelar, moldar e transformar a matéria são gestos imbuídos de intencionalidade, que flexionam uma dimensão erótica cujas formas e figuras ancestrais são marcadas pela gestualidade da artista, construídas a partir de materiais orgânicos.
A mostra é integrada de uma grande peça circular (Mó, s.d.), uma ânfora (Vênus, s.d.) e um fundo documental que contextualiza as práticas pedagógicas radicais levadas a cabo pela artista na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e sua experiência com a oficina de cerâmica no Morro Chapéu Mangueira, a partir de um recorte do acervo do projeto Memória Lage. Além disso, somam-se as ampliações das fotos de Henri Stahl, que documentam a performance Passagem (1979), na qual a artista envolve-se em argila, formando em torno de si uma ânfora, deslizando para fora deste útero.